Seminário NACE CNV-Brasil/Universidade de São Paulo

1964-2024: A Ditadura Brasileira em Perspectiva Histórica e Comparada

1964-2024: a ditadura brasileira em perspectiva histórica e comparada
IRI-USP, São Paulo-SP

20 a 22 de março de 2024

SOBRE O SEMINÁRIO:

O seminário 1964-2024 está sendo organizado pelo Núcleo de Apoio e Cultura sobre a Comissão Nacional da Verdade – Brasil da Universidade de São Paulo (NACE CNV-Brasil). O evento tem como objetivo reunir especialistas em ditadura brasileira para debater, em profundidade, as últimas tendências historiográficas na área. Serão especialmente bem-vindas perspectivas comparadas que deem luz ao autoritarismo brasileiro por meio de outras experiências autoritárias, sobretudo na América Latina, além de perspectivas que priorizem o papel dos desrespeitos a minorias e das resistências identitárias. Serão privilegiados trabalhos que tragam contribuições e abordagens inovadoras sobre o objeto.

DATAS IMPORTANTES:

Início das inscrições: 1 setembro 2023
Data limite para envio das inscrições: 5 novembro 2023
Divulgação dos trabalhos aprovados: 8 de janeiro 2024
Divulgação do programa do seminário: 5 fevereiro 2024
Seminário: 20 a 22 de março de 2024

COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL

Angélica Müller (UFF, pós-doc, IRI-USP)
Alessandra Castilho (FMU, doutora, IRI-USP/King`s College)
Dária Jaremtchuk (IEA-USP)
Eduardo Morettin (ECA-USP)
Felipe Loureiro (IRI-USP) (coordenador da comissão)
Gianfranco Caterina (pós-doc, IRI-USP)
Marcos Napolitano (Dep. História, FFLCH-USP)

COMISSÃO ORGANIZADORA INTERNACIONAL

Daniel McDonald (Oxford)
Eleonora Natale (King’s College)
Thamyris Almeida (Dartmouth)
Rafael Ioris (Denver)

COMITÊS CIENTÍFICOS DOS EIXOS:

EIXO 1 – Ditaduras e a Guerra Fria latino-americana (Gianfranco Caterina, Eleonora Natale, Rafael Ioris)
EIXO 2 – Autoritarismo e repressão de Estado (Alessandra Castilho, Ângela Moreira, Mariana Joffily)
EIXO 3 – Ditadura e a vida cultural (Thamyris Almeida, Dária Jaremtchuk, Janaílson Macêdo)
EIXO 4 – Sociedade civil, participação e resistência (Sheila Diniz, Deusa Maria de Sousa, Daniel McDonald)
EIXO 5 – A ditadura no pós-ditadura e a justiça transicional (João Roriz, Angélica Müller, Pedro Ernesto Fagundes)

COMISSÃO CIENTÍFICA GERAL:

Alessandra Castilho (FMU)
Angela Moreira (UFF)
Angélica Müller (UFF, IRI-USP)
Antônio Torres Montenegro (UFPE)
Carla Osmo (UNIFESP)
Carolina de Campos Melo (PUC Rio)
Daniel McDonald (Oxford)
Dária Jaremtchuk (IEA-USP)
Deusa Maria de Sousa (UFPA)
Eleonora Natale (King’s College)
Gianfranco Caterina (pós-doc, IRI-USP)
Janailson Macêdo Luiz (UNIFESSPA)
João Amorim (UNIFESP)
João Roriz (UFG)
Larissa Correia (PUC Rio)
Lucília de Almeida Neves Delgado (UFMG)
Marcelo Ridenti (Unicamp)
Mariana Jofilly (Udesc)
Marieta de Moraes Ferreira (UFRJ)
Miliandre Garcia (Unespar)
Pedro Dallari (USP)
Pedro Ernesto Fagundes (Ufes)
Rafael Ioris (Denver)
Regina Beatriz Guimarães Neto (UFPE)
Rodrigo Patto Sá Motta (UFMG)
Samantha Quadrat (UFF)
Sheila Diniz (pós-doc, FFLCH-USP)
Thamyris Almeida (Dartmouth)

DESCRIÇÃO DOS EIXOS TEMÁTICOS DO SEMINÁRIO

Eixo 1 – Ditaduras e a Guerra Fria latino-americana
Serão bem-vindos nesse eixo trabalhos que dialoguem com a literatura sobre a chamada Guerra Fria latino-americana e a Guerra Fria global, refletindo sobre o papel de atores locais e internacionais para a supressão de liberdades democráticas no continente, as diferenças e semelhanças entre as experiências autoritárias da região, as conexões internacionais e transnacionais de instituições e atores latino-americanos, além de recortes de longo prazo que coloquem o período da Guerra Fria latino-americana em larga perspectiva histórica, a partir de diversos olhares e objetos – da economia à cultura, ao papel das Forças Armadas na sociedade ao ativismo trabalhista, indígena, estudantil, religioso, racial e de gênero.

Eixo 2 – Autoritarismo e repressão de Estado
Serão bem-vindos nesse eixo trabalhos que discutam, em perspectiva comparada, transnacional ou mesmo a partir de olhares nacionais, regionais e locais, a forma e o conteúdo do autoritarismo institucionalizado pela ditadura brasileira, enfatizando de que forma ações, organizações e ferramentas autoritárias impactaram em diversos aspectos da vida social brasileira. Esse eixo também buscará refletir sobre a maneira pela qual se construiu a ascensão e queda do aparato autoritário brasileiro, com suas contradições e limites, incluindo resistências e pressões de grupos da extrema direita militar e civil no sentido de um aprofundamento ditatorial.

Eixo 3 – Ditadura e a vida cultural
Serão bem-vindos nesse eixo trabalhos que reflitam sobre o papel das artes, nas suas mais variadas expressões, não apenas como forma de resistência contra a ditadura brasileira em si, mas também como expressão de grupos e atores sociais que sofreram violações de direitos humanos no contexto autoritário. Também são bem-vindas pesquisas que analisem em profundidade a maneira pela qual a ditadura brasileira impactou no mundo artístico, indo de censura a promoção de agendas e atores no universo cultural. Assim como nos demais eixos do seminário, perspectivas comparadas, internacionais e transnacionais serão particularmente valorizadas, tal como abordagens que deem
vozes a minorias historicamente silenciadas.

Eixo 4 – Sociedade civil, participação e resistência
Serão bem-vindos nesse eixo trabalhos que reflitam sobre diferentes formas de participação de atores da sociedade civil, inclusive as de natureza colaborativa e/ou de associação a instituições estatais e lideranças militares, no contexto da ditadura brasileira. Esse eixo também privilegiará análises sobre conteúdos e formas de resistência, armada e não-armada, por parte de atores da sociedade civil contra a ditadura, com exceção daquelas de cunho artístico-cultural (contempladas pelo eixo 3). Conexões internacionais e transnacionais de grupos da sociedade civil brasileira, sejam daqueles que apoiavam ou contestavam o regime, serão particularmente valorizadas, assim como perspectivas que lancem luz sobre a participação e/ou resistência de diferentes grupos sociais ao regime, como, por exemplo, camponeses, trabalhadores urbanos, estudantes, empresários, lideranças religiosas, mulheres, indígenas, pretos e membros da comunidade LGBTQIA+.

Eixo 5 – A ditadura no pós-ditadura e a justiça transicional
Serão bem-vindos nesse eixo trabalhos que reflitam sobre como a ditadura sobreviveu ao processo de redemocratização brasileiro do final da década de 1980, seja do ponto de vista político institucional, em particular devido à manutenção de entulhos autoritários, seja por meio de representações, narrativas e percepções que buscaram presentificar atores e agendas do período ditatorial. Da mesma maneira, esse eixo privilegiará o tema da justiça transicional no Brasil, seus limites, insuficiências e contradições, envolvendo desde as atividades de instituições como a Comissão de Anistia, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e a Comissão Nacional da Verdade até, em particular, a questão das graves violações de direitos humanos ainda silenciadas e/ou ausentes do processo transicional, sobretudo àquelas envolvendo minorias sociais, como indígenas e LGBTQIA+. Tal como nos demais eixos, trabalhos comparativos e que realcem conexões internacionais e vínculos transnacionais sobre o objeto serão particularmente valorizados.

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