Veja aqui! Documento histórico sobre plano de contingência militar dos EUA no Brasil em 1963

Confira o documento no nosso acervo: http://nacecnv-brasil.prceu.usp.br/eua-e-ditadura/telegrama-aereo-de-lincoln-gordon-ao-departamento-de-estado-sobre-plano-de-contingencia-militar/

Há 60 anos começava o golpe de Estado que colocaria o Brasil em longos e sombrios 21 anos de ditadura militar

Para marcar essa triste data, o Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão sobre a Comissão Nacional da Verdade da USP (NACE CNV-Brasil) publica um documento bombástico sobre o tipo de intervencionismo que representantes diplomáticos norte-americanos vinham discutindo em caso de uma guerra civil entre o governo Goulart e uma confederação de estados separatistas, formados, entre outros, por São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Trata-se de um plano de contingência elaborado pela Embaixada no Rio de Janeiro e enviado a Washington em 4 de novembro de 1963, ainda durante o governo John F. Kennedy.

Caso esse plano tivesse sido executado, se trataria, de longe, da maior intervenção militar na história da América do Sul.

Mais do que isso, esse plano de contingência, ainda praticamente inexplorado por estudiosos, demonstra que formuladores políticos norte-americanos estavam pensando seriamente em intervenção não apenas por meio de uma tarefa naval (como seria aprovada durante o golpe, no que ficaria conhecida como Operação Grande Irmão), mas também por meio da colocação de soldados em solo brasileiro.

No final, como sabemos, a intervenção militar ianque não seria necessária, já que o presidente Goulart decidiria não resistir.

De qualquer forma, com esse tipo de plano sendo discutido por diplomatas norte-americanos, provavelmente teríamos tido uma catástrofe humana gigantesca em nosso país em caso de resistência.

Até hoje, não houve um pedido formal de desculpas do governo norte-americano por esse tipo inaceitável de violação da soberania brasileira, ainda mais diante das gravíssimas consequências que essa intervenção trouxe para o nosso país.

Ditadura nunca mais.